Uma vítima importante da tremenda crise mundial tem sido a credibilidade do sistema capitalista global baseado nos Estados Unidos. À parte das medidas separadas ou conjuntas que os principais países do planeta conseguiram tomar para frear a queda em depressão, o surpreendente é colocar em evidência a perigosa proliferação descontrolada do capital financeiro no centro do mesmo sistema. Esta situação leva muitos estudos da economia atual a diagnósticos coincidentes e analogias insuspeitas.Na foto de grupo tomada ao final do vértice dos 20 grandes países industrializados e emergentes em Londres, os líderes do mundo exibem sua “satisfação oficial” no proscênio. O mal tempo lhe deu uma boa cara. Foram limadas as asperezas e consensuado sobre três pacotes de medidas coordenadas: (1) estimular com fundos a demanda e o comércio, (2) vigiar mais estritamente o setor financeiro e parafinanceiro, e (3) eliminar os “paraísos fiscais”. Talvez o resultado mais impressionante foi a ressurreição e re-capitalização do Fundo Monetário Internacional como barco de resgate de países em risco de afundar. Nenhuma das medidas ataca a raiz da crise, que é o poço sem fundo de valores fictícios ou perdidos e como fazê-los desaparecer dos livros bancários. Propõem uma nova arquitetura financeira para evitar no futuro um novo descarrilamento da economia, mas não tomam em consideração as dimensões do descarrilamento atual. São, em outras palavras, estruturalistas pela metade. Entretanto, o volume da produção, do comércio internacional e da ocupação segue em queda livre. Como tudo, conseguiu-se mais do que se esperava, e isso se reflete nos rostos sorridentes e bastante satisfeitos.
Acostumados
Opinion Sur



