Reflexões

Sobre desprender do homem o conhecimento, fetiche para ocultar o valor do trabalho

Insiste-se em que só o conhecimento é o produtor de riqueza ao agregar valor ao produto, isso se difunde alcançando tons publicitários de desumanização do trabalhador e a desqualificação de sua função. Tal operação consiste em desprender do homem o conhecimento para construir um novo fetiche para o serviço de ocultamento do valor do trabalho. Os trabalhadores da educação são “avaliados” como encargos orçamentários, excessos tributários prescindíveis e antiguidades pré-tecnológicas. A diminuição do pessoal docente com a desculpa de sua possível substituição por meios tecnológicos, e a diminuição drástica de seus salários, se instalaram como o argumento natural de novos proprietários da educação.

Adriana Puiggros

 

Sobre um verdadeiro diálogo

Um verdadeiro diálogo deve ser informal, aberto e cooperativo. Informal significa que não se decide antecipadamente que falarei somente disso e que não incluirei outras coisas, outros assuntos de importância e outros procedimentos. Começa com audácia, coragem, arriscando. Aborda-se o diálogo com a sincera intenção de chegar a um acordo. Ademais, deve ser aberto, o que significa que você não se aproxima só com o desejo de provar que tem razão e que todos os demais são estúpidos, mas que começa o diálogo com um duplo papel: como mestre trazendo algo e como discípulo aceitando a possibilidade de que poderiam existir verdades superiores às suas. E, por último, deve-se cooperar, e por isso se entenda que não é o propósito do diálogo separar os participantes entre ganhadores e perdedores, mas fazer de todos ganhadores.

Richard Sennett citado por Zygmunt Bauman

 

Sobre a sangria da evasão fiscal

A Argentina deixou de arrecadar 21,4 bilhões de dólares em 2016 devido, em grande medida, à evasão fiscal realizada por grandes corporações multinacionais.

Tax Justice Network Argentina

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *