As microfinanças têm encontrado crescente hostilidade em países como Bangladesh, Índia e Nicarágua.Microcrédito sob crescente escrutínio político [[Copyright (c) 1995-2011, [The Foundation Center, 11 de janeiro, 2011, Volume 17, 2ª edição->http://pndapps.fdncenter.org/link/2039/4].]]
Antes exaltadas como uma poderosa arma na batalha contra a pobreza, as microfinanças têm encontrado crescente hostilidade em países como Bangladesh, Índia e Nicarágua, segundo noticia o New York Times. [[Bajaj, Vikas. “Microlenders, Honored With Nobel, Are Struggling”, [New York Times 1/06/11->http://nyti.ms/h3ENJf].]] No final de 2009, microempréstimos totalizando $70 milhões de dólares foram concedidos, enquanto que o microcrédito, de uma forma ou de outra, se estendeu a 91 milhões de clientes, a maioria deles, mulheres. Mas a boa vontade engendrada pelo ramo ao longo de muitos anos está sendo rapidamente minada por políticos que acusam as empresas de microcrédito de lucrarem às expensas dos tomadores de empréstimos. De fato, a primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina Wazed, uma antiga apoiadora do microcrédito, pediu uma investigação sobre o pioneiro do Grameen Bank, cujo fundador, Muhammad Yunus, ganhou o prêmio Nobel da Paz em 2006 pelas suas inovações neste campo. Enquanto isso, novas leis rigorosas na Índia criadas para restringir os microempréstimos desaceleraram o que até recentemente fora o negócio de microcrédito que mais velozmente crescia no mundo, enquanto que um número crescente de ativistas e políticos na Nicarágua, no Paquistão e na Bolívia estão pedindo aos tomadores de empréstimos que não paguem seus empréstimos.
A recente crítica provém, em parte, dos resultados mistos deste ramo. Muitos tomadores de empréstimos, por exemplo, não parecem estar saindo da pobreza, enquanto que outros estão se afundando ainda mais na dívida. O rápido crescimento e os substanciais lucros registrados por alguns prestadores de microfinanças também acenderam o ressentimento. Os investidores da SKS Microfinance, o maior concedente de microcrédito da Índia, vendeu ações no último ano valendo noventa e cinco vezes mais do que fora pago por elas poucos anos antes.
Enquanto o crescente ressentimento com relação a este ramo pareça ser global, cada país tem suas próprias mágoas específicas. Em Bangladesh, a ruptura entre Hasina e o Grameen Bank surgiu depois que Yunus anunciou sua intenção de começar um partido político em 2007. Embora o plano tenha sido abandonado, as relações entreYunus e a primeira-ministra permanecem frias. Enquanto isso, na Índia, os líderes do estado sulista de Andhra Pradesh, que responde por um terço de todo microempréstimo do país, acusou os credores de empobrecer seus clientes e encorajou os tomadores de empréstimo a não pagar os empréstimos. Contra o pano de fundo das manobras políticas, o receio quanto ao microcrédito logo se espalhou pela nação, e os bancos, a fonte primária de fundos para os microcredores, respondeu cortando a disponibilidade dos fundos.
Alguns funcionários do ramo argumentam que os credores que lidam apenas com concessão de crédito precisam diversificar para contas de micropoupança, o que muitos especialistas afirmam ser mais efetivo que empréstimos para aliviar a pobreza. Vários especialistas também argumentam que as organizações de microcrédito precisam medir o sucesso não apenas pelos lucros, mas também pela rapidez com que seus clientes conseguem sair da pobreza.
“Estas crises acontecem quando o setor de microfinanças fica saturado, quando cresce muito rápido, e os mecanismos de controle da excessiva contração de dívidas não são muito desenvolvidos”, disse Elisabeth Rhyne, oficial sênior da Accion International. “Do lado político, os políticos ou atores políticos levam vantagem sobre a oportunidade. Quando veem queixas, dizem: ‘Ora, podemos nos aproveitar disso’”.
Opinion Sur



