Colonialismo no século XXI

Uma colônia é um território dominado e administrado por uma potência estrangeira. Segundo as Nações Unidas, persistem 16 casos de colonialismo no século XXI, dez dos quais são da Inglaterra. Um desses casos é o das Ilhas Malvinas que a Argentina, com o unânime respaldo da América Latina, procura recuperar por meios pacíficos.

É certo que a ditadura militar argentina presidida pelo General Galtieri quebrou a tradição da reclamação diplomática, e também é certo que sua derrota militar acelerou o retorno do país à democracia. Desde então, 30 anos transcorreram, a Argentina democrática condenou todo tipo de belicismo e apresenta sua reivindicação de soberania sobre as Ilhas Malvinas exclusivamente pela via diplomática. As Ilhas Malvinas constituem um caso testemunhal para saber se o colonialismo no mundo se manterá durante o século XXI ou se, finalmente, a comunidade global se imporá e acordará em por-lhe um fim.

Algo importante aconteceu recentemente para o bem das duas partes, quando pesquisas de opinião na Inglaterra e vários famosos artistas britânicos reconheceram explicitamente que as Malvinas são argentinas e que seu país, a Inglaterra, devia acordar sua devolução. Há muita gente na Inglaterra que não se orgulha de seu passado colonial e compreende as mortes e injustiças cometidas a outras comunidades. Esta postura favoreceu que o povo argentino pudesse distinguir com muito mais clareza as diferenças existentes entre o povo inglês, com quem existem múltiplos laços de amizade, culturais e econômicos, e o governo inglês, empatanado em uma anacrônica posição colonialista. Todos os argentinos de boa vontade fazemos votos para que se possa remover o ressabio imperialista no Atlântico Sul e que as diferenças com a Inglaterra se centrem no futebol e no rugby.

Neste número, abordamos três temas críticos para os países do Hemisfério Sul: como encarar a geração, a redistribuição e a extração de valor ao construir uma trajetória de desenvolvimento justo e sustentável; uma análise dos últimos acontecimentos que marcam o presente momento da crise europeia; e um comentário esclarecendo as reais características do financiamento chinês na América Latina. Confiamos que sejam se seu interesse e utilidade.

Cordiais saudações.

Os Editores

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