Reflexões

- Sobre a quintessência do banditismo bancário
- Sobre sinos que não se escutam
- Sobre o rigor e a repetência na escola

Sobre a quintessência do banditismo bancário

Dito sem nenhuma hipocrisia, os fundos-abutre são grupos financeiros que constituem o ponto mais alto e a quintessência do banditismo bancário. Não são fundos de investimento nem estão sujeitos a regulamentos internacionais. São fundos não registrados, fora da legalidade internacional, multilateral, binacional e, em muitos casos, fora da legalidade nacional. Tudo o que digo é necessário provar, e me proponho a fazê-lo. Deveremos contar como os fundos incorrem em riscos e assumem a probabilidade de perder centenas de milhões porque trabalham com a segurança de que habitualmente terminam com um triunfo. O assunto é quem está atrás deles.

Jean Ziegler, chefe do grupo de trabalho designado pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU para investigar os fundos especulativos.

Sobre sinos que não se escutam

São sinos de madeira as razões dos pobres.

José Hernández (em Martín Fierro)

Sobre o rigor e a repetência na escola

Há os que propõem voltar ao rigor, à vara única, à responsabilidade de aprender nas mãos de cada aluno, ao esforço “porque lhes faz bem fracassar”, à disciplina em lugar da facilidade. Defendem a repetência como método porque assegura uma ameaça e obriga a aprender. Os que pensam assim apagam do mapa 50 anos de sociologia da educação e mais de 100 anos de pedagogia. Está demonstrado que este sistema pedagógico exclui os mais desfavorecidos socialmente. É um sistema de cristalização de desigualdades baseado em um mito da meritocracia. A realidade é que esse método premia os que têm melhores condições em seus lares e leva à expansão da desigualdade através da educação. A discussão é outra: se cremos que a educação deve construir uma sociedade mais justa.

Juan Carlos Tedesco e Axel Rivas

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