– Sobre somente culpar o último elo
– Sobre necessitar de ideais
– Sobre crentes e não crentes
Sobre somente culpar o último elo
Um menino de 16 anos drogado mata um pai de família. Pergunto-me: e se a droga que consumiu chegou por uma pista ilegal na propriedade de um vereador? E se passou sem obstáculos por vários controles pela rota? E quem lhe vendeu a arma por 50 pesos? E quem o iniciou no consumo? E quem não soube mantê-lo no âmbito educativo? E quem não se ocupou de sua família? E quem se embebedou em sua casa e lhe bateu quando criança? Um dedo, só um dedo pequeno e delgado apertou o gatilho. Porém, houve uma longa cadeia de muitos elos que fizeram força para disparar a arma. Vamos jogar toda a culpa no último elo?
Jorge Lozano, Bispo de Gualeguaychú, Argentina
Sobre necessitar de ideais
O jovem moderno necessita de ideais e, em uma sociedade em crise, não somente europeia, mas mundial, ninguém os propõe a ele. Diante desta ausência, encontram-se empurrados entre iscas tóxicas como a droga e o vandalismo, enfermidades psicossomáticas ou a tentação religiosa que provoca a miragem de uma solução.
Julia Kristeva
Sobre crentes e não crentes
Os questionamentos dos não crentes ajudam os crentes, assim como a paixão de um crente pode ajudar um não crente. Estes dois mundos que admitem muitos matizes, estas duas formas de metabolizar o mistério, não têm necessidade de traçar um muro entre si, nem de ignorar as pontes invisíveis que os unem.
Enrique Valiente Noailles
Opinion Sur



