Na última metade do século, temos sido testemunhas de uma diversidade de processos socioeconômicos aparentemente desvinculados, como as crises de uns anos atrás em economias emergentes da Ásia e da América Latina e agora a grande crise global contemporânea com epicentro nos países afluentes e as recentes (e ainda em curso) erupções no mundo árabe, para nomear somente algumas das mais impactantes transformações. Cada um desses processos apresenta uma infinidade de fatores locais e temporais que os diferenciam, vários deles relacionados com erros operacionais, mas vale perguntar se não haverá também alguns denominadores comuns mais profundos na base ou raiz desses processos. Quais poderiam ser estes mega fatores mais além das especificidades com que se expressam em cada realidade? Se houvesse, seria válido identificá-los.
A partir da nossa perspectiva, um dos mega fatores que esteve e está presente em todos os processos é grande concentração econômica que agora se agiganta pela aceleração contemporânea. Sua contra-face é a tremenda desigualdade social e econômica que se verifica em quase todo o mundo, ainda nos países afluentes, mas que em nosso Hemisfério Sul se expressa, ademais, como pobreza e atroz indigência. Opinión Sur se somou aos que exploram esses processos procurando compreender sua natureza, lógica de funcionamento e impacto sobre a sustentabilidade global e local propondo também algumas medidas e ações que permitam ajustar o rumo em que estamos lançados. Neste número, como em todos os anteriores, intentamos agregar algo mais de compreensão e proposição a esta perspectiva. Confiamos seja de seu interesse.
Cordiais saudações.
Os Editores