O canal Magdalena: um desafio soberano

Conclusões

  • A realização do projeto do Canal Magdalena compreende uma obra estratégica com a capacidade de transformar a geografia econômica nacional e reafirmar a soberania sobre as vias navegáveis.
  • Em termos geoestratégicos, brinda com uma saída direta ao mar e melhora a conectividade fluviomarítima, o que contribui para a integração do mundo, assim como também possibilita a consolidação da Argentina Bicontinental e a conexão dos espaços nacionais marítimos continentais, insulares e antárticos.
  • Atualmente, o Canal Punta Indio é a única via de ingresso (e egresso) aos portos de Rio da Prata, o Rio Paraná e o Rio Uruguai, tanto para cargueiros de ultramar provenientes da Europa, Ásia e outras partes do mundo, como para cargueiros que provêm do sul do nosso país. Isto implica que os cargueiros que partem de um porto argentino a outro porto argentino devem passar por águas de uso comum e solicitar autorização de uma autoridade marítima estrangeira para transitar.  
  • Como contrapartida, o Canal Magdalena permite uma autonomia para o comércio exterior de nosso país ao habilitar um trajeto fluvial sem condicionamentos externos até a saída ao mar. Ao mesmo tempo que permitirá às embarcações de cabotagem realizar uma corrida completa por águas de administração nacional em seu trajeto entre portos argentinos.
  • Os benefícios econômicos e de navegação do Canal Magdalena podem se sintetizar em alguns pontos-chave:
    1. Do conjunto dos atrasos que atualmente se produzem na Via Navegável Troncal, 65% se gera no Canal Punta Indio.
    2. A melhora nos tempos de navegação absolutos poderá se incrementar entre 4 e 10% (dependendo do traço definitivo) para o tráfico do norte e 80% para o tráfico do sul.
    3. Esta redução nos tempos de navegação tem como correlato direto que a utilização do Canal Magdalena geraria ao sistema de navegação nacional entre USD 85 milhões e USD 89 milhões de poupança anual.  
    4. Por sua vez, por ser um canal de navegação mais eficiente, se geram melhores condições de seguridade para o transporte fluvial, o que também redundará em menores custos de cabotagem.
    5. O novo trajeto de navegação permitirá fortalecer economias locais e promover o ingresso de divisas ao país, como resultado da provisão de serviços aos navios que hoje se oferecem desde o Uruguai.
    6. Adicionalmente às poupanças por custos de navegação e tempos de espera, a execução da obra implica menores custos de manutenção devido às características de sua sedimentação e que é um canal mais curto. 
    7. Finalmente, o benefício econômico de um potencial traslado de serviços para navios que utilizem o Canal Magdalena se estima em USD 154 milhões no cenário mais otimista e USD 60 milhões, por ano, no caso mais moderado. 
  • De maneira tal que, se se realiza um cálculo linear que tenha em conta as poupanças geradas pela melhora na navegação e as rendas em dólares vinculados à eventual captação de serviços aos navios, o Canal Magdalena apresenta a potencialidade de gerar beneficios entre USD 145 milhões e USD 243 milhões por ano.
  • As condições técnicas para avançar com a construção do Canal Magdalena já estão dadas: se cumpriu com a confecção dos pregões licitatórios, as instâncias de participação cidadã que marca o normativo e as consultas em nível internacional que exigem os acordos assinados pelo Estado Argentino.
  • Se bem o sistema troncal tenha funcionado de forma correta durante as últimas duas décadas e se tenham melhorado as condições de navegação e previsibilidade de nossa via navegável, é possível identificar falência e aspectos a melhorar. Neste informe, se destacaram dificuldades que expressam a necessidade de um aperfeiçoamento do sistema, tanto para fortalecer a soberania, como a infraestrutura fluvial e lograr uma redução de custos logísticos. 
  • A execução do Canal Magdalena apresenta uma solução logística a essas dificuldades. A partir do exposto, é possível concluir que, no curto prazo, é viável e necessário avançar com esta obra, que implicaria uma transformação fundamental para a infraestrutura fluviomarítima, a eficiência na navegação e sobretudo, uma mudança radical na geografia econômica e política nacional.

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Também pode ser baixado o informe neste link (formato PDF).

CEPA (Centro de Economia Política Argentina)

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